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DE PASSAGEM – depois de Paul Walker, Peter O’Toole, Joan Fontaine e Tom Laughlin

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Em um final de semana como nenhum outro, Joan Fontaine, Paul Walker, Peter O’Toole e Tom Laughlin passam a ser lembrados apenas pelas obras que construíram e por seus personagens marcantes no cinema

Peter O'Toole: um dos maiores atores da História do Cinema

Peter O’Toole: um dos maiores atores da História do Cinema

O último final de semana, de uma sexta feira, 13, a um domingo de número 15, nada menos de quatro grandes personalidades do cinema se despediram da vida. Paul Walker, após a chocante morte em 30 de novembro, teve os restos mortais sepultados no cemitério de Forest Lawn, em Los Angeles, em uma cerimônia familiar, simples e privada; enquanto na pequena cidade de Santa Clarita, cerca de cinco mil pessoas lhes prestavam a última homenagem, ocupando o local onde o Porsche Gettera 2005 dirigido por seu amigo Roger Rodas explodiu após colidir com um poste.

Ainda no sábado, a imprensa britânica anunciava o falecimento de Peter O’Toole, 81, o ator irlandês imortalizado na figura do diplomata britânico T. E. Lawrence em Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia, 1962), de David Lean. Na manhã de domingo foi a vez da imprensa dos EUA anunciar o passamento de Joan Fontaine, aos 96 anos. Ela deixa personagens inesquecíveis como Rebecca, Jane Eyre e Rowena. A tarde, a família comunicava a morte de Tom Laughlin, um dos mais rebeldes cineastas de Hollywood simbolizado pelo personagem Billy Jack.

Afirmam alguns sociólogos e historiadores que a separação do homem bárbaro do ser racional e capaz de construir uma civilização ocorreu quando passou a enterrar os seus mortos. É o que nos distingue dos animais, afirmam, pois podemos celebrar, com rituais ou não, as nossas despedidas daqueles os quais amamos em vida. A morte é biológica, mas a sua essência é puramente espiritual, conforme expressam as diversas religiões.

Paul Walker: o funeral em família e as despedidas do público em Santa Clarita: ato civilizatório

Paul Walker: o funeral em família e as despedidas dos fãs em Santa Clarita: ato civilizatório Fotos: INFPHOTO.com e Robin Beck/AFP/Gettyimages

O que levaria cinco mil pessoas em uma pequena cidade para celebrar as suas despedidas de um ator de cinema? Não se trata de veneração, certamente, mas da exposição de nosso espírito civilizatório, de reverência e respeito às ações por ele praticadas em vida. Assim se deu com Paul Walker na tarde de sábado, 14, em Santa Clarita, e em um cemitério de Los Angeles. Todos em tom de despedida, também um ato espiritual.

A lamentação pela morte se seguiu ainda no sábado, com o falecimento do ator irlandês Peter O’Toole, celebrado como um dos maiores do século XX, oito vezes indicado ao Oscar e nenhum conquistado. Peter Seamus O’Toole nasceu em 1932, de pai irlandês e mãe escocesa, foi operador de rádio da Marinha durante a II Guerra Mundial, queria ser jornalista, mas acabou se tornando ator ao frequentar, em 1952, a Academia Real de Arte Dramática, tendo Albert Finney, Alan Bates e Richard Harris como colegas. Após passar pelo palco do Bristol Old Vic, em 1962 foi escolhido por David Lean para viver o militar, arqueólogo, agente secreto, escritor e diplomata britânico Thomas Edward Lawrence (1888-1935), o Lawrence da Arábia, figura exponencial da Revolta Árabe (1916-18), quando foi dado como herói pela comunidade árabe e conforme é exposto no filme de Lean – o qual lhe concedeu a primeira nomeação ao Oscar.

Peter O'Toole: o eterno LAWRENCE DA ARANIA (1963), de David Lean: Foto 2: Gettyimages

Peter O’Toole: o eterno LAWRENCE DA ARABIA (1963), de David Lean: Foto 2: Gettyimages

O’Toole seria indicado ainda mais sete vezes, todas como ator principal, nos filmes Beckett, o Favorito do Rei (Beckett, 1964), de Peter Glenville, O Leão no Inverno (Lion on Winter, 1868), de Anhony Harvey, Adeus, Mister Chips (Goodbye, Mr Chips, 1969), de Herbert Ross, A Classe Dominante (The Rulling Class, 1972), de Peter Medak, O Substituto (The Stunt Man. 1980),de Richard Rush, Um Cara Muito Baratinado (My Favorite Year, 1982), de Richard Benjamin, e Vênus (2006), de Roger Michel. Do deslumbrante Lawrence da Arábia até Vênus, O’Toole compõe um conjunto de performances brilhantes ao longo da última metade do século, as quais são inigualáveis, avalia o crítico Pete Hammond, do Huffpost.

Hammond, no mesmo artigo, lembra a reticência de O’Toole, aos 70 anos, em aceitar a oferta de um Oscar honorário pela Academia de Hollywood. Eu ainda estou no jogo e tenho muito o que mostrar, respondeu ele, polidamente, enquanto promove uma consulta: será que a Academia adiaria, por favor, a honra até que eu tenha 80 anos?. Frank Pierson, então presidente da Academia, escreveu-lhe que o prêmio não era para a aposentadoria, mas para celebrar uma carreira notável, fazendo ainda referências a atores como Paul Newman e Henry Fonda que receberam apenas o Oscar honorário. Relutantemente, ele aceitou e o recebeu, em 2003, das mãos de Meryl Streep. Sempre uma dama de honra, nunca a noiva! Agora tenho o meu próprio Oscar para ficar comigo até até que a morte nos separe!, disse.

Peter O’Toole teve atuações soberbas também em filmes como A Noite dos Generais (The Night of the Generals, 1967), O Último Imperador (The Last Emperor, 1987) e na série de TV The Tudors, em 2008, além de ter emprestado a sua voz ao crítico gastronômico Anton Ego, do genial Ratatouille (2007), de Brad Bird, e passou por tratamentos de alcoolismo e de um câncer no estômago, nos anos 70, ambos superados Ele faleceu no hospital Wellington, de Londres, após lona internação. No âmbito pessoal, deixa um filho, Lorcan O’Toole, com a modelo Kared Brown, e duas filhas, Pat e Kate O’Toole, e com a mulher, a atriz Siân Phillips.

Joan Fontaine: no auge da carreira nos anos 40, em 1994 e em Carmel, em 2008

Joan Fontaine: no auge da carreira nos anos 40, em 1994 e em Carmel, em 2008

Joan Fontaine

Joan de Beauvoir de Havilland, a inglesa Joan Fontaine, uma mais celebradas atrizes de Hollywood, faleceu enquanto dormia, na madrugada de domingo, 15, na cidade de Carmel (na qual Clint Eastwood mora e foi prefeito), aos 96 anos. Ícone do cinema na década de 40, ela começou a carreira em filmes fracassos, mas o jogo virou quando ela conheceu o produtor David O. Selzinick durante uma discussão sobre a escritora Daphne Du Maurier, da qual ele estava adaptando Rebecca, e que seria dirigido por Alfred Hitchcock. Ali, ela ganhou papel de Rebecca, a Mulher Inesquecível (Rebecca, 1940), assim como uma indicação ao Oscar, mas não a estatueta, o qual ela receberia no ano seguinte com Suspeita (Suspicion, 1941), sendo a única atriz a obter o prêmio em um filme do cineasta inglês.

Fontaine era irmã de Olivia de Havilland, nascida em 1916 e, portanto, um ano mais velha, com a qual manteve um relacionamento muito difícil desde a infância e que se agravou quando se tornaram estrelas em Hollywood. Joan teve carreira efêmera, com o seu sucesso se restringindo às produções feitas na década de 40 – Jane Eyre (1943), de Robert Stevenson, Ivy, a História de uma Mulher (1947), de Sam Wood, Carta de uma Desconhecida (Letter from an Unknow, 1948) de Max Ophuls, A Valsa do Imperador, de Billy Wilder, e A Conquista da Felicidade, de H. C. Porter, todos de 1948. Na década de 50, ainda fez alguns bons filmes como A Mulher que não Pecou (1952), de Mitchel Leisen, Na Voragem do Vício, de George Stevens, Othello, de Orson Welles, e Ivanhoé, o Vingador do Rei (Ivanhoe,), de Richard Thorpe (todos de 1952), além de Suplício de uma Alma (56), de Fritz Lang, quando, em seguida, passou a atuar na televisão, onde atuaria até 1994.

Nos últimos anos, Joan morava em um rancho a cinco quilômetros de Carmel, do qual desfrutava de uma vista espetacular da floresta varrida pelos fortes ventos oriundos do Sul. Você sabe, eu tive uma vida infernal, disse em uma de suas últimas entrevistas, não antes de finalizá-la com uma frase contundente: Mas eu fiz um monte de coisas interessantes.

Tom Laughlin: nos anos como o rebelde Billy Jack  e em 2010 durante entrevista

Tom Laughlin: nos anos como o rebelde Billy Jack e em 2010 durante entrevista

Tom Laughlin

Thomas Robert Tom Laughlin foi um dos mais importantes cineastas de Hollywood. Atuando na área do cinema independente, foi um rebelde com causa. Nascido em 1931, casado desde 1954 com a atriz Delores Taylor, como ator atuou em Chá e Simpatia (1856), de Vincent Minelli, Os Delinquentes (1957), de Robert Altman, e No Sul do Pacífico (1958), de Joshua Logan. Pouco antes da chegada dos anos 60, foi trabalhar na televisão e, em  1967 assumiu a função de produtor, diretor e roteirista de seus próprios filmes ao criar o personagem Billy Jack em Nascidos Para Perder (The Born Losers, 1967), obra que tinha cenas de nudez, diálogos fortes e críticas diretas aos governantes. Billy Jack se tornaria um ícone da contra cultura em 1971 quando ele fez a sequência, Billy Jack, lançado pela Warner, apesar das referências políticas. Ao não gostar da forma como o filme foi divulgado, entrou com procetubarão 1975

sso na justiça contra o estúdio e obteve os direitos de volta. Billy Jack voltaria às telas em O Julgamento de Billy Jack (1974) e Billy Jack Goes to Washington (78).

Veja o trailer feito por um fã com cenas dos filmes do personagem Billy Jack.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Laughlin revolucionou o cinema ao criar um modelo de divulgação que, entre outras ações, exibia o trailer de O Julgamento de Billy Jack na televisão em rede nacional, promovia pré-estreias noturnas em vários cinemas e estabeleceu um dia de estreia em circuito no país, com mil cópias em cartaz – sistema usado por Steven Spielberg quando do lançamento de Tubarão (1975) e vigora até hoje.

Protestou contra os governos dos Bush, pai e filho, defendeu as minorias, acusou os políticos de não representarem os anseios do povo e considerava as multinacionais um mal para o mundo. De maneira independente, se candidatou às prévias para as eleições à presidência nos anos 90 e 2000. Preferiu abandonar o cinema, mas nunca às suas convicções. Tom Laughlin faleceu na quinta-feira, 12, mas a família divulgou somente tarde de domingo, 15, sem revelar as causas.

Veja o trailer de Lawrence da Arábia.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

 

 

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